25/06/2010

Cientistas tentam recriar som de "partícula de Deus"

Cientistas simularam o som de partículas subatômicas produzidas no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), na Suíça.
O objetivo é facilitar a identificação da chamada "partícula de Deus" --o bóson de Higgs-- cuja existência ainda não foi confirmada, mas que, segundo teorias, daria massa a todas as outras.
A cientista Lily Asquith coordenou a equipe que desenvolveu o modelo que transforma dados do gigantesco experimento Atlas, no LHC, em sons.
"Se a energia estiver perto de você, você ouve um som grave, e se estiver mais longe, mais agudo", disse Asquith.
O colisor é um projeto milionário construído na fronteira entre a França e a Suíça para tentar responder algumas perguntas fundamentais para a física.
O experimento acontece em um túnel circular de 27 quilômetros de comprimento, repleto de imãs que "conduzem" partículas de prótons pelo imenso anel.
Em certos pontos do trajeto, os feixes de prótons mudam de trajetória e se chocam em quatro experimentos, que são minuciosamente monitorados pelos cientistas.
É nessas colisões que os estudiosos esperam encontrar novas partículas subatômicas, como o bóson de Higgs, que ajudariam a entender a origem do Universo.
Atlas é um dos quatro experimentos do colisor. Um instrumento batizado de calorímetro é usado para medir energia e é composto de sete camadas concêntricas.
Cada uma dessas camadas é representada por um tom diferente, dependendo da quantidade de energia contida nele.
O processo de transformar dados científicos em sons é chamado sonificação. Até o momento, a equipe de Asquith criou diversas simulações baseadas em previsões do que aconteceria durante as colisões no LHC.
Só agora, começaram a utilizar dados de experimentos reais.
"Quando você ouve as sonificações, na realidade, o que você está ouvindo são dados. Elas são fieis aos dados e dão informações sobre os dados que não seriam possíveis de se obter de qualquer outra maneira", disse Archer Endrich, um desenvolvedor de software que trabalha no projeto.
Pela sonificação, os cientistas esperam poder identificar diferenças sutis para detectar novas partículas.
Um compositor envolvido com o projeto, Richard Dobson, destacou ter ficado impressionado com a musicalidade das colisões.
"É possível ouvir estruturas claras nos sons, quase como se tivessem sido compostas. Cada uma parece contar uma pequena história. São tão dinâmicas e mudam o tempo todo, que se parecem muito com as composições contemporâneas", disse o músico.

da BBC BRASIL
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/755732-cientistas-tentam-recriar-som-de-particula-de-deus.shtml 

15/06/2010

Quantidade de água na Lua é maior do que se pensava



A quantidade de água na superfície lunar é maior do que os astrônomos pensavam, revelou um estudo divulgado na segunda-feira. As recentes missões à Lua revelaram a presença de gelo nas sombras das crateras, e também sob a poeira lunar. "A água pode ser onipresente no interior lunar", afirmaram os pesquisadores à revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
"Por mais de 40 anos pensamos na Lua como seca", disse Francis McCubbin, do Instituto Carnegie, de Washington, que liderou o estudo. "Descobrimos que o conteúdo mínimo de água variava de 64 partes por bilhão a 5 partes por milhão - pelo menos duas ordens de magnitude maior do que os resultados anteriores."
A água não está imediatamente acessível - ela está incorporada ao interior rochoso da Lua, segundo o relatório. Hoje, a maioria dos cientistas acredita que a Lua se formou quando um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra, ejetando um material que se aglutinou e começou a orbitar o planeta, 4,5 bilhões de anos atrás.
Houve formação de magma nesse processo, e algumas moléculas de água podem ter sido preservadas conforme o magma esfriava e se cristalizava. Os pesquisadores examinaram amostras recolhidas há 40 anos durante as missões lunares Apolo. Rochas do tipo mais comum no interior contêm evidências químicas de compostos de hidrogênio e oxigênio que indicam a presença de água.
"As concentrações são muito baixas e, por isso, foram até recentemente quase impossíveis de detectar", disse em nota Bradley Jolliff, da Universidade de Washington, em Saint Louis, que trabalhou na pesquisa. "Podemos agora finalmente começar a considerar as implicações e a origem da água no interior da Lua."
(Com agência Reuters)

fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-tecnologia/quantidade-agua-lua-maior-se-pensava-569777.shtml?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

14/06/2010

Cientistas americanos criam célula com genoma sintético

 

Cientistas americanos dizem ter desenvolvido a primeira célula controlada por um genoma sintético.
Os especialistas do J. Craig Venter Institute, com sede nos Estados de Maryland e Califórnia, dizem esperar que a técnica possa criar bactérias programadas para resolver problemas ambientais e energéticos, entre outros fins.
O estudo foi publicado nesta quinta-feira na edição online da revista científica Science. Para alguns especialistas, ele representa o início de uma nova era na biologia sintética e, possivelmente, na biotecnologia.
A equipe de pesquisadores, liderada por Craig Venter, já havia conseguido sintetizar quimicamente o genoma de uma bactéria. Eles também haviam feito um transplante de genoma de uma bactéria para outra.
Agora, os especialistas juntaram as duas técnicas para criar o que chamaram de "célula sintética", embora apenas o genoma da célula seja sintético - ou seja, a célula que recebe o genoma é uma célula natural, não sintetizada pelo homem.
"Esta é a primeira célula sintética já criada. Nós dizemos que ela é sintética porque foi obtida a partir de um cromossomo sintético, feito com quatro substâncias químicas em um sintetizador químico, seguindo informações de um computador", disse Venter.
"Isto se torna um instrumento poderoso para que possamos tentar determinar o que queremos que a biologia faça. Temos uma ampla gama de aplicações (em mente)", disse.
Os pesquisadores planejam, por exemplo, criar algas que absorvam dióxido de carbono e criem novos hidrocarbonetos. Eles também estão procurando formas de acelerar a fabricação de vacinas.
Outros possíveis usos da técnica seriam a criação de novas substâncias químicas, ingredientes para alimentos e métodos para limpeza de água, segundo Venter.
Estudo
No experimento, os pesquisadores sintetizaram o genoma da bactéria M. mycoides, adicionando a ele sequências de DNA como "marcas d'água" para que a bactéria pudesse ser distinguida das naturais (não sintéticas).
Célula 'artifical'. Crédito: Science
Avanço foi considerado um marco para a ciência
Como as máquinas sintetizadoras atuais só são capazes de juntar sequências relativamente curtas de letras de DNA de cada vez, os pesquisadores inseriram as sequências mais curtas em células de leveduras. As enzimas de correção de DNA presentes na levedura juntaram as sequências.
Depois, as sequências de tamanho médio foram inseridas em bactérias E. coli, antes de serem transferidas de volta para a levedura.
Após três rodadas deste processo, os pesquisadores conseguiram produzir um genoma com mais de um milhão de pares de bases de comprimento.
Concluída essa fase, os cientistas implantaram o genoma sintético da bactéria M. mycoides em outro tipo de bactéria, a Myoplasma capricolum.
Imagens de células M. mycoides, utilizadas no estudo (Foto: 
Cortesia Science/AAAS)
Nova técnica pode facilitar produção de vacinas e tratamento de água
O novo genoma assumiu o controle das células receptoras.
Embora 14 genes tenham sido apagados ou alterados na bactéria transplantada, as células apresentaram a aparência de bactérias M. Mycoides normais e produziram apenas proteínas M. mycoides, segundo os autores do estudo.
Repercussão
Em entrevista à BBC, o especialista em biologia sintética Paul Freeman, codiretor do EPSRC Centre for Synthetic Biology do Imperial College, em Londres, disse que o estudo de Venter e sua equipe pode marcar o início de uma nova era na biotecnologia.
"Eles demonstraram que o DNA sintético pode assumir o controle e operar as funções da nova célula receptora em termos de replicação e crescimento", disse Freeman.
Freeman lembra que a célula receptora é uma célula natural, não sintética, mas "o que Venter e sua equipe mostraram é que, após o transplante e várias divisões celulares, a célula receptora assumiu algumas das características ou fenótipo do novo genoma nela inserido".
"É um avanço extraordinário, oferecendo uma prova de que, em teoria, é possível que genomas inteiros sejam sintetizados quimicamente, montados e implantados em células receptoras".
"Claro que precisamos ter cautela, já que não temos certeza de que essa abordagem funcionaria em genomas maiores e mais complexos".
"Ainda assim, este avanço representa um marco na nossa capacidade de criar células feitas pelo homem para fins estabelecidos pelo homem", concluiu Freeman.
O estudo de Venter e sua equipe foi financiado pela empresa Synthetic Genomics. Três dos autores e o J. Craig Venter Institute possuem ações da companhia.
O instituto fez pedidos de patente para algumas das técnicas descritas no estudo.

FONTE: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/05/100520_bacteria_genoma_sintetico_mv.shtml

11/06/2010

Ilhas do Pacífico estão crescendo, não afundando, diz estudo


Um novo estudo geológico revela que ilhas do Pacífico que se acreditava estarem ameaçadas pelo aumento do nível do mar na verdade estão crescendo, e não afundando.
As ilhas de Tuvalu, Kiribati e da Micronésia estão entre as que cresceram, devido ao acúmulo de restos de corais e sedimentos. O estudo, publicado na revista "Global and Planetary Change", prevê que essas ilhas ainda existirão dentro de 100 anos.
No entanto, ainda não está claro até que ponto elas serão habitáveis.
Nos últimos anos, os moradores de várias ilhas do Pacífico começaram a temer que seus países natais fossem varridos do mapa devido ao aumento do nível do mar.
Mas esse estudo sobre 27 ilhas, feito ao longo dos últimos 60 anos, sugere que a maioria permaneceu estável, enquanto algumas, na verdade, cresceram.
Usando fotos históricas e imagens de satélite, os geólogos descobriram que 80% das ilhas permaneceram iguais ou aumentaram - em alguns casos, dramaticamente.
Eles afirmam que isso se deve ao acúmulo de detritos de corais e sedimentos.
O professor Paulo Kench, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, diz que as ilhas não sofrem risco imediato de extinção.
"Esse prognóstico bastante sombrio para essas nações está incorreto", disse ele, um dos participantes do estudo. "Agora temos provas para sugerir que a base física desses países ainda estará lá dentro de 100 anos, então talvez eles não tenham que deixar seus países".
Mas apesar de as ilhas poderem continuar existindo, isso não significa que elas serão habitáveis no longo prazo, e os cientistas acreditam que futuros aumentos no nível do mar representem um perigo significativo para o modo de vida dos habitantes de Tuvalu, Kiribati, e dos Estados Federados da Micronésia.
Um cientista em Kiribati afirma que a população não deve ser levada a acreditar que cheias e erosão da costa sejam ameaças menores. 

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/745442-ilhas-do-pacifico-estao-crescendo-nao-afundando-diz-estudo.shtml

07/06/2010

Nasa descobre evidência de vida em Titã, lua de Saturno


Pesquisadores basearam-se em estudos da missão que estuda o planeta. Organismos vivos poderiam estar se alimentando de hidrogênio e acetileno.

acreditam ter descoberto evidências de que espécies primitivas de seres vivos poderiam estar morando em uma das luas do planeta. Isso porque a missão analisou a composição química na superfício da Titan, a única lua de Saturno com uma atmosfera densa, segundo especialistas. A conclusão partiu do questionamento sobre a variação na quantidade de hidrogênio e acetileno em Titan, que poderiam estar sendo consumidos por organismos vivos. Um dos estudos mostrou que moléculas de hidrogênio da atmosfera da lua estavam sumindo quando chegavam à superfície.
Outra pesquisa mapeou os focos de hidrocarbonetos na região e descobriu "buracos" na quantidade de acetileno. Segundo os cientistas, as substâncias serviriam de alimento.
De acordo com os pesquisadores, se a hipótese for confirmada, ela representaria uma segunda forma de vida no universo, independente da ingestão de água, como é na Terra. A partir de análises de lagos observados na lua de Saturno, os cientistas concluíram que pelo menos um deles contém hidrocarboneto na forma líquida. O resultado tornaria Titan o único local no sistema solar, além da Terra, a ter líquido em sua superfície, dizem os pesquisadores.
 FONTE:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/06/cientistas-da-nasa-descobrem-possiblidade-de-vida-em-saturno.html

04/06/2010

A internet está destruindo nossas mentes, diz livro



Quando o autor Nicholas Carr iniciou as pesquisas para o livro que busca descobrir se a internet está destruindo nossas mentes, ele restringiu seu acesso a e-mails e desativou suas contas no Twitter e no Facebook.
Seu novo livro The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains (O Superficial: O que a Internet está fazendo com nossos cérebros) argumenta que os últimos avanços da tecnologia nos tornou menos capazes de pensamento aprofundado. Carr se descobriu tão distraído que não podia trabalhar no livro enquanto estava conectado.
"Eu descobri que minha incapacidade de me concentrar é uma grande deficiência", disse Carr à Reuters.
"Então, abandonei minhas contas no Facebook e no Twitter e reduzi o uso de email de modo que eu apenas checava algumas vezes por dia em vez de a cada 45 segundos. Descobri que esses tipos de coisas realmente fazem a diferença", afirmou ele.
Depois de inicialmente se sentir "perdido" por sua súbita falta de conexão online, Carr afirmou que após algumas semanas foi capaz de se concentrar em uma tarefa por um período sustentado e, felizmente, conseguiu terminar seu trabalho.
Carr escreveu um artigo para a revista Atlantic Magazine em 2008 em que trouxe a público a famosa dúvida "O Google está nos tornando estúpidos?" e resolveu estudar mais fundo como a internet altera nossas mentes.
O livro examina a história da leitura e aborda como o uso de diferentes mídias muda nossos cérebros. Explorando como a sociedade mudou da tradição oral para a palavra escrita e para a internet, ele detalha como o cérebro se reorganiza para se ajustar a novas fontes de informações.
A leitura na internet mudou de forma fundamental a maneira como nós usamos o cérebro, segundo o autor.
Encarando uma enxurrada de textos, fotos, vídeos, músicas e links para outras páginas, além de incessantes interrupções geradas por mensagens de texto, e-mails, atualizações no Facebook, tweets, blogs e feeds RSS, nossas mentes se acostumaram a navegar e a escanear informações.
Como resultado, desenvolvemos habilidades na tomada de decisões rápidas, particularmente as baseadas em estímulos visuais, afirma Carr.
Mas, agora, a maioria de nós lê com pouca frequência livros, ensaios longos ou artigos que nos ajudam a concentrar e sermos mais introspectivos e contemplativos, diz o autor.

Bibliotecários - Para Carr, estamos nos tornando mais como bibliotecários, capazes de encontrar rapidamente informações e perceber quais são as melhores, do que acadêmicos que são capazes de digerir e interpretar a informação.
A falta de foco afeta a memória de longo prazo, levando muitas pessoas a se sentirem distraídas, afirma o autor.
"Nunca ativamos as funções mais profundas, interpretativas de nossos cérebros", disse ele.
Para ilustrar esse ponto, ele compara a memória de curto prazo a um dedal e a de longo prazo a uma grande banheira. Ler um livro é como encher a banheira com água a partir de um fluxo constante de uma torneira, com cada porção de informação sendo construída a partir da anterior.
Em contraste, a internet é um conjunto infinito de torneiras abertas ao máximo, nos deixando tomados de porções pequenas de informações desconexas para encher a banheira, o que torna mais difícil para nossas mentes fazer as conexões necessárias que permitiriam seu uso posteriormente.
"O que estamos perdendo é todo um conjunto de outras habilidades mentais, aquelas que requerem não a mudança de nosso foco, mas a manutenção dele sobre um ponto", disse o autor.
"Contemplação, introspecção, reflexão, não há espaço ou tempo para isso na internet."
Carr sustenta que durante séculos os livros protegeram nossas mentes da distração, concentrando o foco em um assunto por vez.
Mas com aparelhos como Kindle e iPad, que incorporam leitores de livros digitais a browsers de Internet, se tornando comuns, Carr afirma que os livros também vão mudar.
"Novas formas de leitura sempre exigem novas formas de escrita", diz ele.
Se os escritores atuam em uma sociedade que é cronicamente distraída, eles inevitavelmente vão desistir de argumentos complexos que requerem atenção contínua para escreverem pequenas quantidades de informação.
Carr tem uma sugestão para aqueles que sentem que navegar pela internet os deixou incapazes de concentração: reduza o ritmo, se afaste da internet e pratique as habilidades de contemplação, introspecção e reflexão.
"Está muito claro na ciência do cérebro que se você não exercita habilidades particularmente cognitivas, você vai acabar perdendo-as", disse ele. "Se você está constantemente distraído, não vai pensar do mesmo modo de que se estivesse prestando atenção."
(Com agência Reuters) 
FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-tecnologia/internet-esta-destruindo-nossas-mentes-diz-livro-566623.shtml?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter